Movimentos Protestantes
Missionários protestantes voltaram para a África com os escravos repatriados com o propósito de apoiá-los e ajudá-los a familiarizarem-se com o novo lugar e situação. Em Serra Leoa eles foram recebidos na Igreja Anglicana e os missionários americanos de diferentes denominações os integraram em suas igrejas na Libéria.
Em 1837, a Sociedade para a colonização de Maryland na Libéria se estabeleceu em Cabo Palmas na Costa Oeste da África. Um assentamento de 500 americanos, incluindo 18 católicos, foi instalado em Harper. Os escravos repatriados também fundaram uma série de povoados para eles próprios. Roma recebeu pedido de padres católicos para serem enviados para a Libéria. Em 1842, chegou naquele país uma equipe missionária composta de dois sacerdotes e um leigo: Mons. Edward Barron, vigário Geral da Filadélfia, John Kelly,um padre de Nova York e Denis Pindar, vindo de Baltimore.
Mons.Barron organizou a sua missão entre Harper e os novos povoados. Como resposta a um pedido de Barron feito a Francis Libermann, os primeiros missionários do Sagrado Coração de Maria chegaram a Gorée em 10 de outubro de1843. A Sociedade acabava de ser fundada.
Todos esses eventos deram origem a um renovado interesse nas missões.
Declínio e renovação de Missões Católicas
A supressão dos Jesuítas em 1773, a Revolução Francesa e as convulsões políticas nos países ocidentais conduziram a atividade missionária católica a um considerável declínio.
Mas entre 1817 e 1827, a Madre Javouhey enviou os primeiros grupos de irmãs de S.José de Cluny para Bourbon, Senegal, Guyana, Serra Leoa, Martinica e a outras partes. Em 1822, a França Protestante iniciou a Sociedade de Missões Evangélicas, e no mesmo ano Pauline Jaricot fundou em Lion a associação para a Propagação da Fé.
Todos esses eventos deram origem a um renovado interesse nas missões. Depois de uma hesitação inicial, os bispos franceses juntaram-se ao movimento cerca de quinze anos mais tarde, justo quando Francis Libermann estava lançando os missionários do Sagrado Coração de Maria.
Eugène Tisserant, Frederic Le Vavasseur e Jacob Libermann, todos compartilhavam a mesma vocação.
Trabalho para os Povos Negros
Eugène Tisserant, Frederick Le Vavasseur e Jacob Libermann todos compartilhavam a mesma vocação que tinha suas raízes na reunião de 1836 no seminário Sulpician de Issy-les-Moulineaux nos subúrbios de Paris.
Francis Libermann já era cristão há dez anos quando encontrou os dois e foi batizado na véspera de Natal em 1826, mudando seu nome judeu para Francis Mary Paul.
Menos de um ano depois ele entrou no seminário de Saint Sulpice para se preparar para ser padre, mas teve de desistir da idéia por conta do seu complicado estado de saúde. Ele permaneceu com os Sulpicians, morando perto dos estudantes de filosofia em Issy.
Frédéric estava começando sua segunda estada na França sob os cuidados de um missionário em Bourbon, que estava retornando pra Paris, Nicolas Wernet da Congregação do Espírito Santo.
Frédéric não se acomodaria em seus estudos científicos. Visitou Bourbon para juntar-se novamente à família, mas ficou muito angustiado com o sofrimento dos escravos que trabalhavam nas plantações de cana de açúcar da família. Ele decidiu se tornar um sacerdote a fim de ajudar ao povo crioulo. Retornou a Paris e pediu para ser admitido como seminarista em Issy-les-Moulineux, chegando lá em junho de 1836. Foi nessa oportunidade que conheceu Francis Libermann.
Eugène Tisserant
Eugène Tisserant era filho de pai francês e mãe haitiana. Ele e a família testemunharam a escravidão na prática, bem como o começo do movimento antiescravocrata. Havia assistido a forma humilhante com que os mestres e seus subordinados tratavam os escravos. Indubitavelmente esse fato produziu um profundo efeito sobre ele. Entrou no seminário, em Issy, simultaneamente com Frédéric.
Cinco anos mais tarde, em setembro de 1841, a Sociedade do Sagrado Coração de Maria foi fundada com esse propósito.
O próprio Francis já havia experimentado o sentimento de rejeição. A família o expulsou de casa por conta de sua conversão e por outro lado foi impedido de ser ordenado devido a sua epilepsia. Ficou jogado na pobreza. Nada mais possuía. Ele apoiou as idéias de Frédérick e Eugéne, mas não se via com inclinação para realizar trabalho semelhante no futuro.
Em agosto de 1837, ele deixou Issy indo para o noviciado de Eudists em Rennes, mas continuou em contato com Le Vavasseur. No final de 1939, por alguma iluminação de Deus, Libermann deixou definitivamente Rennes.
Seus dois amigos puseram-no em contato com o Frei Desgenettes e todo o trabalho foi posto nas mãos de Nossa Senhora das Vitórias. Eles decidiram ir em frente com o serviço em prol dos negros e Francis providenciou a elaboração de uma exposição de motivos sobre o trabalho para a Propagação da Fé, em Roma.
Libermann permaneceu em Roma no ano de 1840, apresentou a sua exposição de motivos para o cardeal Prefeito da Propagação da Fé e deixou que todas as coisas acontecessem segundo à Providência Divina.
Enquanto esperava, ele escreveu um comentário sobre os doze primeiros capítulos do Evangelho Segundo São João e fez uma peregrinação à pé para Loreto e Assis.
Em seu retorno a Roma, a aprovação do Trabalho em prol dos Negros estava esperando por ele, mas sob condição. Ele voltou para o Seminário de Estrasburgo em fevereiro de 1841 para se preparar para a sua ordenação.
Libermann iniciou o noviciado do Sagrado Coração de Maria em Neuville-les-Amiens no dia 27 de setembro de 1841. Outros dois noviços estavam prontos para ser ordenados padres.
Frédérick Le Vavasseur foi enviado para trabalhar com os negros de Reunião em fevereiro de 1842. Eugène Tisserant navegou para a missão do Haiti. E em dezembro de 1842, foi feito um apelo à nova congregação que teria grande significado no futuro.
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