Missão para as Duas Guinés
Mons. Barron, o missionário irlandês dos Estados Unidos que estava na liderança em Cabo de Palmas comunicou-se com Francis Libermann através do Pe. Desgenettes, o pároco de Nossa Senhora das Vitórias. Então, em 1843, sete missionários do Sagrado Coração de Maria acompanhados de três jovens leigos zarparam de Bordéus e chegaram Cabo de Palmas.
Durante o inverno de 1843/1844, dois missionários do Sagrado Coração de Maria tinham morrido junto com Denis Pindar o leigo americano. O segundo padre americano, John Kelly, havia desanimado e retornado aos Estados Unidos.
Ao todo, sete missionaries morreram de doenças tropicais até o final do primeiro ano. Em agosto de 1844, apenas Pe. Bessieux permanecia na missão de Cabo Palmas e Irmão Gregoire no Grand Bassam.
Os dois embarcaram num navio francês que seguia em direção ao Gabão. Quando chegaram em Libreville ambos decidiram lá permanecer. Aquele dia, 28 de setembro de 1844, marca o começo da missão na África Central. Pe. Bessieux escreveu seu propósito numa carta: nós estamos aqui “para trabalhar pela salvação das almas e dar às pessoas conhecimento de uma religião que lhes trará grande alegria”.
Dificuldades no Haiti
No Haiti, Eugène Tisserant foi nomeado Coordenador Apostólico, e em maio de 1845 Roma o transferiu para Guiné para o mesmo cargo. Todavia, o seu navio naufragou ao longo da costa do Marrocos em 7 de dezembro. Passageiors e tripulação morreram, incluindo Eugène Tisserant.
Quando a notícia da morte em Guiné chegou a La Neuville todos os membros da comunidade pediram a Libermann para deixá-los partir imediatamente para Guiné. “Longe de nos desencorajar,” escreveu ele, “ estas notícias deixaram-nos mais ansiosos por partir”.
Assim, o interesse nessa missão em prol dos negros ganhou ritmo e uma nova geração de missionários ofereceram seus serviços para a Igreja. Libermann e seus irmãos não eram homens excepcionais, mas simplesmente pessoas que se entregaram inteiramente à missão, unidos a Cristo pelo Sagrado Coração de Maria.
A criação de um clero local tornou-se uma prioridade permanente, daí para a frente.
Entusiasmo da Missão
Libermann continuou a dirigir e incentivar a nova fundação. Ele depositou toda a sua confiança em Deus que guia a nossa história e considerou ser da vontade de Deus os fatos ocorridos. Ele teve o cuidado de procurar aconselhamentos com missionários experientes como Mons.Luquet e Madre Javouhey.
As missões de Libermann seriam construídas em bases sólidas e estáveis, considerando as condições locais. Suas fundações eventualmente seguiriam os padrões básicos de outras igrejas.
“Para sermos bem sucedidos com nossos tão limitados recursos, não podemos simplesmente deixar as coisas ao acaso, com uma vaga idéia de converter os não crentes …deve haver um plano global e um calendário para a execução detalhada das etapas que necessitarão de muita paciência e perseverança”.
Em sua estratégia missionária, Libermann percebeu que não poderia existir sucesso sem um plano apostólico de ação. Um passo essencial nesse plano tinha de ser a formação do clero local como sugerido pelo Pe. Baradére em 1820. Espiritano e Prefeito Apostólico de São Luis no Senegal, Baradére escreveu: “A única maneira de evangelizar os povos negros é dando a eles seus próprios sacerdotes”.
Os primeiros foram três jovens do Senegal, David Boilat, Arsène Fridoil e Jean-Pierre Moussa. Eles foram enviados para Paris com o propósito de estudar teologia no Seminário do Espírito Santo sendo ordenados padres no dia 19 de setembro de 1840.
A criação de um clero local tornou-se uma prioridade permanente, daí para a frente.
Os Crioulos das Ilhas Maurícias
As Ilhas Maurício é algo como uma encruzilhada de nações. Situada no Oceano Índico, a ilha é compartilhadas por hindus, mulçumanos e cristãos. Em 1834, a Companhia das Índias Orientais Francesas estabeleceu alí a indústria da cana de açúcar, trazendo muitos escravos para trabalhar nas plantações.
Pelo tratado de Paris de 1814, a ilha foi cedida para o povo britânico que expandiu a indústria do açúcar. Quando a escravidão foi abolida em 1834, os colonos trouxeram trabalhadores da índia.
Em meados do século XIX, 80 mil de um total de 140 mil habitantes da ilha estavam vivendo na miséria absoluta. Os colonos eram uma pequena classe dominante que possuía a terra e empregavam os indianos em suas plantações.
O jornal The New Mauritian Papers publicou artigos bem como cartas abertas que defendiam ou atacavam a população crioula que tinha emergido da escravidão recentemente. Todas as formas de crimes, embriaguez e indolência eram atribuídas aos ex-escravos.
Laval havia contado a ele de seu desejo de “ser um servidor de Jesus Cristo entre os desamparados” e logo Laval estaria partindo para as Ilhas Maurícias
Um Bispo Inglês das Ilhas Maurícias
A Santa Sé estava preocupada com essa situação dos crioulos da Ilha na sua maioria católicos batizados. Então um Inglês Beneditino, Mons. William Collier, foi nomeado Vigário Apostólico. Ele logo saiu em busca de sacerdotes para a Igreja que havia sido entregue aos seus cuidados.
Foi para St. Suplice em Paris e lá o Superior o colocou em contato com Frédérick Le Vavasseur que indicou o Pe. Jacques-Désiré-Laval. Laval havia contado a ele de seu desejo de “ser um servidor de Jesus Cristo entre os desamparados” e logo Laval estaria partindo para as Ilhas Maurício onde seria “um missionário entre negros pobres”.
Lá Pe. Laval encontrou cerca de 80 mil pessoas analfabetas e sem instrução religiosa e muito ex-prisioneiros. Ele não teve ajuda de outros padres na ilha que pareciam indiferentes diante daquela situação dos crioulos pobres. Apenas batizavam as crianças abandonando-as a própria sorte.
Em julho de 1842, ele escreveu a Francis libermann:
“As Ilhas Maurício estão numa situação terrível …eu estou trabalhando das 9h da manhã às 10h da noite, ensinando catecismo para essas pobres pessoas e ouvindo as suas confissões. Já batizei cerca de 60, fiz casamento de muitos e oficiei cerca de 40 primeiras comunhão…você é que tem de fazer todas as coisas por aqui; ninguém se dispõe a dar uma mão.”
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