Uma Crise na família Espiritana
Na rastro deixado pelo Vaticano II muitas coisas foram questionadas. A Congregação do Espírito Santo também experimentou consideráveis tensões internas e divisões.
Poucos meses antes do final do seu mandato como Superior Geral dos Espiritanos, Mons. Lefebvre escreveu um artigo intitulado “ Um pouco de luz sobre a atual crise na Igreja” . Ele denunciou a “colegialidade do magistério” que ele via como um sinal da democratização da Igreja.
“Idéias modernas tem sido introduzidas na Igreja sob o famoso slogan da “colegialidade”. O governo inteiro tem de ser “colegializado”: o do Papa e bispos com um colégio presbiterial, o do pároco com um colégio pastoral de leigos, tudo envolto por comissões, conselhos, assembléias etc….antes as autoridades podiam dar ordens, instruções….essa guerra de colegialidade, apoiada pelo comunismo e pela impressa liberal e protestante, ficará célebre nos anais do Concílio”.
Tendo sido eleito Superior Geral em 1962, Mons. Lefebvre não aprovou o espírito do Vaticano II. Mas quarenta bispos Espiritanos pediram ao Mons.Levebvre uma mudaça de ponto de vista porque estavam insatisfeitos com suas atitudes e posições. Mons. Lefebvre os ouviu e depois com a sua bondosa natureza, mas sem nenhum diálogo, conduziu a reunião ao seu final com as seguintes palavras:
“Vocês tem um modo próprio de pensar e eu tenho o meu. Eu nunca forçaria qualquer um de vocês a votar como eu, menos ainda pensar do mesmo jeito que penso. Todos nós temos uma consciência e devemos segui-la.
Um bispo falou da frustração que todos eles sentiram: “E foi isso, terminou! Ele sempre com um sorriso que desarmou a todos. Ele parecia ter um bloqueio, parecia incapaz de rever seu modo de pensar”.
Durante o Capítulo Geral da Congregação em 1968, os participantes chegaram à mesma dificuldade com Mons. Lefevbre que não cogitaria qualquer forma de governo colegiado na Congregação. Ele finalmente se demitiu e abriu seu seminário tradicionalista em Ecône, na Suiça.
Ele foi sucedido como Superior Geral pelo Pe.Joseph Lécuyer, um conhecido teólogo que foi trabalhou como um dos especialistas junto ao Concílio Vaticano II. Colaborou com Pe.Yves Congar no “ Decreto sobre o papel episcopal dos bispos na Igreja”.