No mundo de conflito, queremos ser pacificadores.
No mundo de conflito dos anos 90 – tensões raciais, situações de opressão, imperialismo cultural, contendas religiosas – queremos ser pacificadores. Desejamos promover a compreensão e o perdão onde houver ódio e violência e assim ser testemunhas de Cristo que veio ao mundo para reunir todos em torno de uma mesma mesa.
- Na raiz da opressão e injustiça descobrimos o pecado.
- Nos tornamos mais conscientes de que a verdadeira libertação exige a proclamação e a presença de Jesus Cristo que muda radicalmente os corações, reconcilia homens e mulheres com Deus e com o próximo.
Fundações Espiritanas e Novas Missões
Partindo dos diferentes continentes, vemos evidências do trabalho do Espírito Santo preparando novos caminhos para a evangelização do mundo do futuro. Durante a sua jornada para Poponguine (Senegal), em 21 de fevereiro de 1992, o Papa João Paulo disse o seguinte para todos os Bispos da África:
“A obrigação da Igreja africana para ser missionária de si própria e para evangelizar o Continente implica na cooperação entre as Igrejas, em particular no contexto de cada país africano, na cooperação entre as várias nações do continente e também de outros continentes. Desta maneira, a África será totalmente integrada à atividade missionária”.
Implantadas através das atividades missionárias, as igrejas locais estão atingindo maturidade. Elas estão se tornando missionárias em seu próprio continente e além dele.
Nossas novas fundações fazem parte da história de crescimento e maturidade nas igrejas locais.
Fundações Espiritanas
Nossas novas fundações fazem parte da história de crescimento e maturidade nas igrejas locais. Elas contribuem para o desenvolvimento da dimensão religiosa e missionária tanto na Igreja local como na Igreja universal. Como afirmou o Conselho Geral em 1981:
“Ao enviar seus missionários para pregar na África a intenção de Libermann foi a de que eles formassem sacerdotes e religiosos africanos o mais breve possível. Ele certamente ficaria satisfeito de ver não somente a força do clero diocesano africano hoje, mas também o número crescente de africanos ingressando nas fileiras da sua própria Congregação.
Graças à chegada dos confrades africanos e latino-americanos, a Congregação está se tornando ainda mais internacional. Gradualmente, a face ocidental está se transformando numa face intercontinental. As vocações missionárias das jovens igrejas vão apoiar as novas situações de urgência na África, América Latina e Ásia.
Novas Circunscrições
Em novembro de 1996, o Centro Brottier de Pesquisa da Missão, organizou um congresso continental com o tema “África: Rumo às Prioridades da Missão”. O congresso foi aberto num clima de pesar pelo trágico evento ocorrido em Ruanda, como refletido no discurso de abertura do coordenador, Pe.Eugene Uzukwu:
“Somos sabedores dos que se beneficiam da supressão dos direitos das minorias ou da subjugação da maioria dos interesses da minoria como acontece na Nigéria, Burundi/Ruanda, Libéria e Serra Leoa …O que nós devemos fazer enquanto missionários para enfrentar essa questão de desperdício de vida humana no continente?”
O Congresso apontou três prioridades que se destacam na missão da Igreja:
Que implementemos a missão profética da Igreja:
- pela representação genuína da África em lugares onde as decisões políticas e econômica são tomadas e implementadas, desempenhando um papel de defensor na identificação de injustiças e pressionando por suas reparações;
- sendo árbitros e promotores da justiça e dos valores humanos fundamentais, e sendo formadores de uma comunidade profética que supere a violência ao encarnar a ética da não violência que se aprende em Cristo;
- sendo vistos como “estranhos proféticos” que trabalham para promover a dignidade humana em oposição a uma cultura dominante de injustiça.
Que nos tornemos agentes da reconciliação:
- identificando os que dela precisam e promovendo-a em essência e continuadamente;
- usando esse sacramento como parte de um processo da cura.
Que alimentemos o sentimento de autoconfiança nas pessoas, principalmente no tocante às mais simples, para que :
- elas próprias definam ao invés de serem submissas às decisões dos outros;
- tornem-se sujeitos e agentes de sua própria libertação política e econômica.
“Devemos abraçar a nova ordem das coisas com toda abertura e simplicidade e fazendo chegar a elas o espírito do Evangelho”
(Libermann 1848)
No Caminho da Divina Providência
Os Espiritanos do Hemisfério Sul têm ajudado a criar grupos novos de Espiritanos: um para Moçambique em 1996, e os outros dois para as Filipinas e Taiwan em 1997.
“Devemos abraçar a nova ordem das coisas com toda abertura e simplicidade e fazendo chegar a elas o espírito do Evangelho” ( Libermann 1848).
Durante o Conselho Geral Ampliado em Dakar/1995, os confrades compartilharam avaliações de suas experiências missionárias:
“Cento e cinquenta anos atrás, nossa Congregação comprometeu-se com uma África colonizada que tinha sido devastada pelo tráfego de escravos. Era um empreendimento corajoso onde os missionários arriscavam suas vidas para que o povo africano pudesse ser libertado dos males da escravidão. A Ilha de Goréia é ainda hoje um testemunho disso. Apesar do pessimismo predominante e do contexto de violência, a confiança cresceu entre os missionários e africanos que aceitaram o evangelho.
“Eu dei meu coração aos africanos”, disse Libermann. A experiência africana marcou a Congregação tão profundamente que se tornou um elemento essencial do nosso carisma…..O nosso “Africanismo” não brota somente da quantidade de amigos africanos que temos nem da extensão de nossos compromissos com a África. Ele pode ser encontrado na experiência espiritual de Libermann e nas convicções que levaram tantos homens a doarem suas vidas para a missão. Pode-se dizer que é impossível alguém ser um Espiritano autêntico se não refizer intimamente o caminho trilhado pela Congregação que foi iniciado pelos nossos fundadores. É uma jornada impregnada de África”.
“O futuro da Congregação não está apenas na África. Está igualmente na América Latina, Ásia, Oceania e ainda nos países do Norte. Mas a áfrica já começou a desempenhar um papel determinante nas missões Espiritanas em todo o mundo”.
“Em Dacar, uma vez mais tomamos consciência de nossa fraqueza enquanto pessoas, a fragilidade de nossas comunidades e as dificuldade da nossa missão, mas sem de modo algum cair no desânimo. Fomos para casa reforçados por uma visão renovada de nossa missão Espiritana e um maior sentimento de como dependemos uns dos outros”.
“Como podemos descrever a vida na terra no momento quando estamos prestes a entrar no século XXI? Estruturas que são caracterizadas pelo egoísmo e o desejo de dominar sempre trabalhando em favor dos mais fortes? Elas podem ser chamadas de “estruturas do pecado”. Jesus veio ao mundo para o lado dos pequeninos. Testemunhou a bondade de Deus entre eles na frente dos poderosos. As forças da morte naquela sociedade O arrastou para o Calvário. Mas, por ter morrido por amor, sua cruz tornou-se uma cruz de libertação.”